Informações de utilização deste blogue

Para ir vendo todas as obras disponíveis nesta montra, é só ir clicando ao fundo da página em Mensagens antigas ou aceder diretamente via arquivo do blogue (árvore de hiperligações à esquerda do texto).

O Blogue tem ainda dois mecanismos de pesquisa por palavra-chave ( título, autor, etc. ) no texto do blogue na caixa de pesquisa no topo superior esquerdo da página (assinalado com uma lupa) e na coluna lateral esquerda (Pesquisar neste blogue).

Contactos, reservas e encomendas: por e-mail para 2mitodesisifo@gmail.com

INTERNATIONAL SHIPPING RATES under request.

Pagamento disponível através de transferência bancária ou via PayPal (solicitar via e-mail NIB ou paypal e-mail )


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Kornilov, Nikolai: Ensaios Sociais 1958 ( Construtivismo Russo)


Ensaios Sociais

(Social Essais)

Konstantin Nikolaievich Kornilov

vulgo Nikolai Kornilov

Edição em língua russa

1958

Publicada em São Paulo
56p.


Tipografia VENIAMIN V. SAPELKIN

Brasil


Obra singular do Construtivismo Social Russo. Os estudos de Kornilov e Luria estiveram na origem da escola psicológica marxista russa (construtivista) e posteriormente com Vygotsky mudaram a compreensão da psicologia social e da pedagogia. 
As teorias do construtivismo social- com Vigotsky et alli. - estão hoje no centro da compreensão das teorias do conhecimento e nos fundamentos teóricos da transição para a Sociedade do Conhecimento.

PARA COLECIONADORES

  






Konstantin Nikolaievich Kornilov


1879 - 1957
Kornilov was one of the most significant Soviet psychologists of the postrevolutionary period. He was a member of the Academy of Pedagogical Sciences and served as president from 1944 to 1950. Earlier he had been director of the Institute of Psychology. In A theory of human reaction from the psychological point of view, Komilov presented the basic aspects of his psychology. He developed the idea of a reaction psychology, rather than the simple reflexology proposed by V. M. Bekhterev. The reaction referred to all the response movements of an organism and not simply the reflex of a single organ. Reactions were considered biosocial. This involved all the phenomena of the living organism, from the simplest responses to the most complex forms of human behavior. He distinguished psychology from physiology, which dealt with simple human reactions but ignored social relations. He also attempted a synthesis between the subjective and objective aspects of psychology. Kornilov was one of the earliest Soviet psychologists to build a psychology based on Marxist philosophy. His theory of the reaction has been considered an eclectic combination of Marxist principles, including mechanical and energy propositions. He stressed the application of the reaction to both biological and social phenomena. He believed that humans had as many instincts as animals, but that human instincts were masked by socially acquired reactions. As a result, he received much criticism. His opponents claimed that he failed to understand the inherited features of behavior.

Um texto de Michael Kole sobre Kornilov e alli:



http://www.marxists.org/archive/luria/works/1979/mind/index.htm


O construtivismo Russo (Wikipedia)

O Construtivismo Russo foi um movimento estético-político iniciado na Rússia a partir de 1919, como parte do contexto dos movimentos devanguarda no país, de forte influência na arquitetura e na arte ocidental. Ele negava uma "arte pura" e procurava abolir a ideia de que a arte é um elemento especial da criação humana, separada do mundo cotidiano. A arte, inspirada pelas novas conquistas do novo Estado Operário, deveria se inspirar nas novas perspectivas abertas pela máquina e pela industrialização servindo a objetivos sociais e a construção de um mundo socialista. O termo arte construtivista foi introduzida pela primeira vez por Malevich para descrever o trabalho de Rodchenko em 1917.

O construtivismo como movimento ativo durou até 1934, tanto na União Soviética como na República de Weimar, as suas proposições inovadoras influenciam fortemente toda a arte moderna. A partir do Congresso dos Escritores de 1934 a única forma de arte admitida na URSSseria o Realismo socialista e todas as outras tendências artísticas durante o Stalinismo seriam consideradas formalistas.

Caracterizou-se, de forma bastante genérica, pela utilização constante de elementos geométricos, cores primárias, fotomontagem e atipografia sem serifa. O Construtivismo teve influência profunda na arte moderna e no design moderno e está inserido no contexto dasvanguardas estéticas europeias do início do Século XX. (São considerados manifestações influenciadas pelo Construtivismo o De Stijl, aBauhaus, o Suprematismo, assim como grande parte da vanguarda russa).

Do ponto de vista das artes plásticas, usando uma acepção mais ampla da palavra, toda a arte abstrata geométrica do período (décadas de 1920, 30 e 40) pode ser grosseiramente chamada de construtivista (o que inclui as experiências artísticas na Bauhaus, o Neoplasticismo e outros movimentos similares). No teatro, um de seus principais nomes foi o diretor teatral Meierhold, no cinema o grande nome foi Eisenstein, com suas teorias sobre a montagem cinematográfica. Um grande poeta, considerado construtivista, foi o russo Nicolai Asseiev, tendo Vladimir Maiakovski sofrido grande influência desta tendência..


Rússia, primeiros trinta anos do século XX



“Uma arte construtiva que não decora, mas organiza a vida” – El Lissitzky, 1922



Até o surgimento do Construtivismo, nenhum movimento na evolução da arte moderna tinha sido uma expressão tão inserida numa realidade revolucionária concreta, ou tinha colocado tão explicitamente a função social da arte como uma questão política. O Construtivismo foi uma expressão artística com forte influência do marxismo e estava intimamente ligado ao processo revolucionário iniciado na URSS e na Alemanha.



O Construtivismo tinha a convicção de que o artista podia contribuir para suprir as necessidades físicas e intelectuais da sociedade como um todo, relacionando-se diretamente com a produção de máquinas, com a engenharia arquitetônica e com os meios gráficos e fotográficos de comunicação. A arte torna-se instrumento de transformação social, participa da reconstrução do modo de vida e da “revolucionarização” da consciência do povo, deseja satisfazer as necessidades materiais e organizar e sistematizar os sentimentos do proletariado revolucionário - seu objetivo: não a arte política, mas a socialização da arte. Este ponto de vista iria estimular determinadas correntes da artebrasileira a partir da década de 1930 em artistas como Patrícia Galvão e Oswald de Andrade e o crítico Mário Pedrosa.



A partir de 1915, o Suprematismo de Malevitch e o Construtivismo de Tatlin (1885-1953) são as duas grandes correntes da arte russa; ambas se inserem no vasto movimento davanguarda ideológica e revolucionária, liderada por Maiakovski e oficialmente sustentada pelo comissário para a instrução do governo de Lênin, Lunacharsky.



O “Manifesto Realista”, escrito por Naum Gabo e assinado por seu irmão Antoine Pevsner, definia claramente os limites e possibilidades da arte-não figurativa e contrariava as ideias metafísicas de Malevitch. Considerado o primeiro manifesto construtivista, o “Manifesto Realista” foi afixado nos muros de Moscou durante o primeiro levante de revolução política em meio à guerra civil e teve, portanto, grande repercussão. A partir dele, muitos manifestos de correntes antagonistas, distintas, porém, que buscavam também essa questão social, foram anunciados.

Com o surgimento do NEP em 1921, a Nova Política Econômica de Lênin, a utilidade do construtivismo passou a ser seriamente questionada. E em seguida, com sua morte e a queda de Lunacharsky, a nova burocracia stalinista reduziu a arte a um instrumento de propaganda política e de divulgação cultural chamado Realismo Socialista. A vanguarda foi desautorizada e reprimida; os padrões acadêmicos de determinado realismo do século XIX, revalorizados. A partir de 1930 aproximadamente, a pintura, a arquitetura e a esculturada União Soviética tornaram-se semelhantes, exceto na temática, à pintura, à escultura e à arquitetura oficiais do fascismo italiano e do nazismo alemão.


Livro marcante de uma época e de um movimento social determinante na ciência e na arte do século XX
Raro e de coleção
Em estado como novo para a idade. 
Miolo impecável
Capa em razoável estado

Preço 45€  

com portes registados incluídos para Portugal Continental e ilhas

+ 8€ para correio registado internacional normal
UPS ou correio rápido a orçamentar

Pedidos a 2mitodesisifo@gmail.com ou em www.leiloes.net

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

When the Wolves Howl a novel by Aquilino Ribeiro 1963

When the Wolves Howl
(Quando os Lobos uivam)
 a novel by 
Aquilino Ribeiro
1963
The Macmillan Company
New York
1st American Edition
tradução Patrícia Mcgowan Pinheiro
288p

e
(Quando os Lobos uivam)

São Paulo (Brasil), 1959


Editôra Anhambi S.A.


1.ª edição (no Brasil)


[21 cm x 14,4 cm] 


264 págs.



Com a edição original portuguesa apreendida e o escritor acusado, a prisão e o julgamento em Tribunal Plenário de Aquilino Ribeiro suscita no Portugal ditatorial uma onda de protestos, alguns dos quais dirigidos ao próprio Salazar (http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=3894644 )

A primeira edição de "Quando os Lobos uivam" em língua estrangeira e 2ª fora do país, a partir da edição original portuguesa apreendida pela PIDE e amplamente divulgada fora de Portugal, é esta excelente 1ª edição americana da The Macmillan Company. 




A primeira edição fora do país tinha sido a edição brasileira em língua portuguesa impressa em São Paulo em 1959 pela Editôra Anhambi, S. A. Com 262-II págs. – Broch. 21x14,5 cm 1.ª Edição tem prefácio de Adolfo Casais Monteiro e capa de Fernando Lemos.





Quando os Lobos Uivam
Aquilino Ribeiro

http://nlivros.blogspot.pt/2010/08/quando-os-lobos-uivam-aquilino-ribeiro.html

Publicado em 1958, “Quando os Lobos Uivam” é talvez o romance mais conhecido de Aquilino Ribeiro e um dos últimos que escreveu. Já anteriormente “marcado” pelo regime salazarista, esta obra valeu-lhe um mandato de captura e a apreensão de todos os exemplares editados.

E o que faz deste romance algo “digno” de censura e o seu autor “persona non grata” para o regime?

Serra dos Milhafres, finais dos anos 40, o Estado Novo resolve impor aos beirões uma nove lei: Os terrenos baldios que sempre tinham sido utilizados para bem comunitário e onde essa comunidade retirava parte vital do seu sustento, seriam agora “expropriados” e esses terrenos utilizados para plantar pinheiros. Assim, sem mais nem menos, o Estado chega e diz que, a partir daquele momento, acabou.

Implanta-se um clima de medo nas gentes e é esse clima que Manuel Louvadeus, que havia emigrado para o Brasil anos antes, vem encontrar quando regressa à aldeia.

Homem vivido e culto devido, segundo o próprio, aos muitos livros que por lá havia lido, Manuel tem uma visão para os dois lados e um sentido de justiça que rapidamente o fazem cair nas boas graças das gentes do povo.

Toma então parte da sua gente, homens honestos e humildes que trabalham de Sol a Sol mas que não deixam de viver em condições miseráveis.

A revolta acaba por suceder e entre mortos e feridos tudo acaba numa caçada aos homens por parte da polícia que leva muitos homens à prisão acusados de serem instigadores e cérebros da revolta. O Estado mostra então todo o seu esplendoroso poder.

Obviamente que mais de 50 anos após a sua publicação muitos não entendem o porquê da censura, no entanto não é necessário grandes pesquisas para entender, até porque Aquilino Ribeiro é directo, não se refugia em metáforas ou alegorias.

Aqui representado está a saga dos beirões na defesa dos terrenos baldios perante a ditadura do Estado Novo.

Representado também, ou se quiserem, brilhantemente retractado, a miséria em que vivia o povo beirão que é apenas a mostra da maioria da população portuguesa da altura, assim como a sua ignorância que, sobretudo, grassava no interior de Portugal.

É normal que o romance tivesse enfurecido o regime. Aquilino Ribeiro é demolidor na forma como denuncia a natureza, prepotência e arrogância do Estado, mas vai mais longe, descreve o funcionamento dos Tribunais Plenários fascistas e a ligação do sistema judicial às classes dominantes do país. Estes tribunais que funcionaram de 1945 a 24 Abril 1974, foram um dos mais tenebrosos mecanismos repressivos. Aquilino denuncia a podridão desse mecanismo e da cumplicidade entre magistrados e polícia política.

Algo que me fascinou em Aquilino Ribeiro foi a sua escrita. Poética a forma como constrói a narrativa, utilizando expressões beirãs (confesso que muitas dessas expressões me eram totalmente desconhecidas) que nos situam temporalmente em simultâneo com uma descrição sublime das gentes, transmitindo-nos a sua humildade e a sua natureza que, no fundo, é a natureza, a raiz do povo português.
Enlevante nas palavras, na graça e ironia que coloca, na arte do saber escrever.
Um livro belíssimo, uma pérola da literatura portuguesa, um verdadeiro mestre da arte da escrita.
Compreendo agora porque José Saramago afirmou, quando ganhou o Prémio Nobel da Literatura, que se Aquilino Ribeiro estivesse vivo seria ele a receber o Nobel.



O julgamento de Alonso Ribelas (Aquilino Ribeiro, Quando os lobos uivam)



LEVANTE-SE o segundo réu! — proferiu na sua voz pastosa e forte, revigorizada pelo descanso da noite, ao abrir às dez da manhã a audiência, o desembargador Octávio Rouvinho. — Alonso Ribelas, não é? Antigo regedor da freguesia. Proprietário, natural de Favais Queimados, casado? Sabe de que é acusado?— Ao certo não sei, não senhor — respondeu Alonso Ribelas, um homem na força da vida, entroncado, guedelhudo, com grandes e nervosas mãos, as manápulas do agricultor pobre que tem levado a vida a virar a leiva, a fazer da pedra terra, olhos mansos de boi, dentuça sólida. Bem vestido para o tronco de nozelhas que era, uma gravata rubra, com pintinhas pretas, parecia uma facada aberta na pescoceira de bronze. Na estrutura e nos modos, tipo de Sancho Pança.— É acusado de ser um dos cabeças de motim no Perímetro Florestal da Serra dos Milhafres. O réu foi um dos que deram fogo...?— Nunca soube pegar duma arma.— Não fez o serviço militar?— Não senhor.— Com esse corpanzil?— Livrei-me.— Remiu-se, quer dizer.— Não, senhor, livrei-me na Junta. Bem haja quem pôs a mão por mim, que foi o pai do senhor Dr. Labão aqui presente.Ao corregedor, Dr. José Ramos, pareceu aquele solto falar irreverência ou aleivosia contra o Estado, cominado de venialidade num dos seus órgãos, e acudiu em tom de desfastio:— Passou-se isso no tempo da outra senhora...?— Saiba V. Ex.a que fui casado uma só vez.Estalaram risos na assistência. O próprio senhor Presidente desanuviou o parecer carrancudo. Ao digno assessor porém o desconchavo soou falso, afigurando-se-lhe o homem zorato ou desbocado.— O réu está-nos a sair um grande maloio...— Saloio, não senhor. Sou serrano. Decorreu um pequeno silêncio durante o qual o corregedor se compenetrou, olhando em face, da atitude hílare do tribunal. E tentou um retruque prudente, cortando todo o campo ao contra-ataque:— Afinal se o isentaram na Inspecção é porque algum achaque lhe descobriram. Nos miolos ou nos ouvidos. O réu ouve mal. Mas adiante: perguntava-lhe o meretíssimo Presidente se não foi dos que deram fogo...?— Nem com fuzil e pederneira, que não sou fumador.— Mas empunhava uma gancha... uma faca de matar os porcos... um estadulho... Viram-no equipado, bota de carda no pé...— Por essa altura andava descalço, senhor juiz, que trazia um calo assanhado no calcanhar que não me consentiria calçar a botina.— Não é o que rezam os autos. — Lendo: Marchava à frente do bando, soltando grandes urros e gritos de viva e de morra...— É falso. Eu nem aos lobos posso berrar que se me abre o peito. Há tempos andava numa propriedade que tenho a um lugar chamado a Cheleira do Negro, veio uma alcateia e levou-me uma borrega mesmo diante dos olhos. Pois com a folha cheia de gente ninguém me ouviu berrar à coa! tão sumida era a minha voz.— Não é a impressão que dá, ouvindo-o falar.— Em conversa, dizes tu, digo eu, posso passar um dia inteiro que não me canso.— Mas que grande ratão! — proferiu o corregedor José Ramos Coelho voltando-se para o Presidente, como quem diz: tome conta dele e meta-lhe bandarilhas de fogo.De facto o presidente, empertigando-se no cadeiral, fez um cite com a cabeça e lançou:— Que política é a sua?— Saiba Vossa Senhoria que eu de polítigas não percebo patavina. Não leio gazetas.— Já foi regedor.— Já fui a pedido do pai do Sr. Dr. Labão que me livrou da mochila.— Nunca votou?— Ah, lá isso votei, mas agora cortaram-me o nome para não votar contra o Governo. Nós todos na serra estamos à uma contra o Governo.— Mas sabe quem governa?— Quem governa? Sei lá quem governa? Quem governa o mundo, sempre ouvi dizer que é o Raimundo; deve ser algum filho de má mãe, que as coisas vão de mal a pior.— O réu está a ser acintoso. É parvo ou faz-se?— Nasci com os meus sentidos todos. Lá em dizer que quem governa o mundo deve ser algum filho de má mãe, não volto atrás; que hei-de eu dizer, cada vez mais pobre, mais carregado de tributos, mais frígido do arrocho, a soga cada vez mais tesa?— Não sabe o que diz e é o que lhe vale. À barra da direcção estão grandes homens. Se tivesse uma centelha do senso que neles abunda, não se achava no banco dos réus. Nunca os ouviu falar?— Nunca ouvi eu outra coisa. Quer que lhe diga, são ladrações num outeiro. Eu quanto mais trabalho e mais poupo, mais miserável me vejo.— Vamos ao que importa: confessa haver tomado parte no barulho da serra dos Milhafres?—Confesso, quê? Eu não posso confessar ter feito aquilo que não fiz. Nunca eu veja a luz da salvação se minto.— Mas foi na turba-multa?— Fui até certa altura.— Pois não devia ter ido. Um só passo que deu tornou-o cúmplice.— Sempre queria ver quem nos roubava...— Ou quem poderia contribuir para melhorar a sua sorte... Ora diga-me cá: Entraram muitas pessoas no rebuliço?— Quantos nasceram na malfadada serra dos Milhafres e ouvem pelas noites de inverno uivar o lobo.— Assistiu à sedição?— A quê?— À zaragata?— Não senhor, a certa altura meu compadre Chico Barrelas disse-me: Voltamos para trás, Alonso. Esta gente corre à perdição. Fomo-nos meter na loja do tio Lêndeas a petiscar e a jogar as cartas.— Foi um dos que andaram a pregar a guerra ao Governo?— Não, senhor, ninguém pregou a guerra ao Governo. Nós todos somos gente de paz. Tomáramos nós que nos deixassem. O que se dizia de povo para povo é que íamos ficar desgraçados, sem coiro e camisa.O desembargador Rouvinho Estronca Briteiros abriu os braços, sinal de que instar aquele brutamontes, por jeito ou ronha arvorado em rei da madureza, era o mesmo que malhar em ferro frio. E logo o representante do Ministério Público pediu vénia para duas perguntas.— O réu sabe ler e escrever?— Gatafunho o meu nome e, lá de ler, arranho... arranho.— Que livros lê?— O Mestre da Vida, o Seringador...— Ê por conseguinte um homem mais responsável do que inculca a sua rudeza. Peço aos dignos juizes de tomarem na devida conta a minha observação. Quem disparou contra o engenheiro Lisuarte Streit da Fonseca?... Não sabe quem foi?O réu abanou a cabeça.— Não seria o réu? Ribelas deu um salto:— Eu estava na loja do tio Lêndeas quando se deu o barulho.— Não é o que se afirma nos autos. Mas pode apurar-se... Senhor Presidente, não haveria maneira de convocar para uma das próximas audiências este tal Lêndeas? Lêndeas quê?— Lêndeas é a alcunha. O nome é Julião Barnabé, de Urrô do Anjo — esclareceu muito solícito o Dr. Labão, advogado dos dois réus dali naturais, pronunciados no processo.— De sorte poderá ser convocado — obtemperou o Presidente, Dr. Octávio Rouvinho Estronca Briteiros. — Pertence à comarca de Bouça de Rei. Mas o seu depoimento afigura-se-me suficientemente preciso. Não declara que ignora ter conhecimento de que o réu estivesse na sua loja aquele dia?— Ouviram-lhe dizer: um já pateou... — tornou o representante do Ministério Público, voltando-se para o réu.— Se me ouviram dizer: um já pateou, era negócio de chincalhão. Eu estava com uma sorte maluca. Um atrás de outro, abarbatei a meu compadre três quartilhos e um bolo. Como podia eu referir-me ao senhor engenheiro, se em Urrô só pela tardinha se veio a saber o que se passou na serra? Daí lavo as minhas mãos.— Bem vejo que não procura outra coisa, lavar as mãos como Pilatos. Mas não há água que lhas lave...— Não há dúvida, senhor, têm volteado muito estrume.— ... Sujas de sangue, digo eu. As testemunhas são formais. Senhor Presidente, insto pela presença do tal Julião Barnabé Lêndeas, se é possível, e por agora ponho ponto no interrogatório deste homem...(...)






Livro marcante de uma época e de uma personalidade histórica.
Raros e de coleção
Em estado como novo para a idade. 
1ª Edição americana com capa cartonada e miolo impecáveis
Sobrecapa em muito mau estado

1ªEdição brasileira ( 2ª do livro) com miolo e capa usados mas em razoável estado

Preço da Edição americana 65€ 


Preço da edição Brasileira 65€

Vendidos conjuntamente 100€

com portes registados incluídos para Portugal Continental e ilhas

+ 8€ para correio registado internacional normal
UPS ou correio rápido a orçamentar

Pedidos a 2mitodesisifo@gmail.com ou em www.leiloes.net




terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Litlle Grandmother of the Russian Revolution (1918)


Litlle Grandmother of the Russian Revolution
Reminiscences and letters of Catherine Breshkovsky
Edited by Alice Stone Blackwell
Boston
Little, Brown & Company
duas edições de 1918 e 1919
348 p.
Capa cartonada

Obra editada por 4 vezes no período da revolução bolshevique na Rússia e distribuída massivamente em todos os EUA e nas tropas americanas estacionadas no pacífico.

Este exemplar era propriedade do War Service Library do Exército dos EUA

Vídeos  da Revolução russa de 1917


Link explicativo do enquadramento global, factos e pessoas da Revolução Bolshevique


Texto integral do livro na Web:


Sobre o livro:

A Revolução Russa foi um dos grandes acontecimentos da história moderna. Foi o também possível graças ao trabalho e sacrifício de milhares de homens nobres da Rússia e e algumas mulheres. das mais proeminentes destaca-se a figura de Catherine Breshkovsky, nascida Ekaterina Constantinovna Brechko-Brechkóvskaia, conhecida carinhosamente pelo povo russo (sobretudo os camponeses) como Baboushka, a avó querida da Revolução Russa. 

Este trabalho é uma compilação de textos e cartas de Madame Breshkovsky em que conta de sua infância e juventude ditada ao amigo de infância e juventude Dr. Abraham Cahan bem como a narrativa de sua vida, da sua primeira prisão, das experiências iniciais de prisão e um esboço de sua vida posterior dada em entrevista a Ernest Poole que as publicou inicialmente no Outlook.

Edição de 1918






Edição de 1919






Notas biográficas:


Catherine Breshkovsky (real name Yekaterina Konstantinovna Breshko-Breshkovskaya (RussianЕкатерина Константиновна Брешко-Брешковская); 13 January 1844 – 12 September 1934) was a Russian socialist, better known as Babushka (the Grandmother) of the Russian Revolution.

Revolutionary Life


She left her home at the age of 26 to join followers of anarchist Mikhail Bakunin in Kiev. As a Narodnik revolutionary, she was imprisoned 1874 at Katorga and exiled to Siberia in 1878. After her release in 1896, she formed a Socialist-Revolutionary group and helped to organize the Socialist-Revolutionary Party in 1901.


She escaped to Switzerland and the United States in 1900. After returning to Imperial Russia in 1905, she was captured and exiled to Siberia again. After the February Revolution of 1917, political prisoners were released, and Breshkovsky was given a seat in Aleksandr Kerensky's government. When the Bolshevik organized the October Revolution, Breshkovsky was again forced to flee. She died inCzechoslovakia.

Her son Nikolay Breshko-Breshkovsky became a writer.


The Little Grandmother of the Russian Revolution: Reminiscences and Letters, Little, Brown and Co, Boston, 1918. from Archive.org


A mulher na Revolução russa:
Women in the Russian Revolution


Among others, there was Catherine Breshkovsky (Catherine Breshkovskaya, Breshka Brashkoski, Yekaterina Breshko-Breshkovskaya, whatever), who is nicknamed the Little Grandmother of the Russian Revolution, or бабушка Русской революции if you speak Russian. 

This lady was co-founder and co-leader of the Russian Socialist Revolutionary Party. Like all decent Russian revolutionaries, Catherine spent many years in Siberian exile. After 1917, she left the country and moved to Prague because she couldn't agree with the Bolsheviks.

Catherine Breshkovsky 1844 - 1934

CATHERINE BRESHKOVSKY - MORE BALLS THAN THE REST COMBINED


Source Unknown


Many other women fought in the Revolution as well, some as visionary revolutionaries, some as protesters in the streets, some as armed rebels. Here are more girls with guns.

FEMALE UDARNITSKY BATTALION ASSIGNED TO THE PALACE AREA, 1917


FEMALE UDARNITSKY BATTALION ASSIGNED TO THE PALACE AREA, 1917

St Petersburg Encyclopaedia

Udarnik, also called Shock Worker, was the term for an enthusiastic worker assigned to a special task of urgency.

Arquivos de
Catherine Breshkovsky papers, 1923-1934.

Breshko-Breshkovskaia, Ekaterina Konstantinovna, 1844-1934.
3 linear foot (1 box)









New York Public Library
Contact an Archivist to learn more about access to materials in this collection
Contact Information
Notes and summaries
Entire collection Available on microfilm; New York Public Library.
Ekaterina Breshko-Breshkovskaia (1844-1934), whose anglicized name was Catherine Breshkovsky, was a member of the Social Revolutionary Party in Russia. After the 1917 Revolution, she left for Prague where she was active in efforts to aid the Russian refugee community.
Papers include letters and postcards, 1923-1934, from Breshkovsky in Prague to Irene Dietrich in Brooklyn, New York, in which she thanks Dietrich for her gifts of clothing, school supplies, money, and other necessities to the Russian refugees Breshkovsky was aiding. Breshkovsky also discusses her efforts to help the refugees, particulary children; conditions in Russia; Russian revolutionary figures; world affairs; and personal matters. Also included are letters to Dietrich from Breshkovsky's friends, George Lazarev, Olga Kerensky, Alice Stone Blackwell, and Larissa Archangelski, and family; and photographs of Breshkovsky, ca. 1920s-1930s, and of George Larazev and Olga Kerensky and her younger son Gleb. Lazarev correspondence includes a 23-page letter written in 1928 in which Lazarev describes Breshkovsky's and his own revolutionary activities in Russia.
A few letters Are in French and Russian.
This collection covers:
Breshko-Breshkovskai︠a︡, Ekaterina Konstantinovna, 1844-1934.
Refugees Soviet Union.
Refugees Czech Republic Prague.
Children Soviet Union.
International relief Czech Republic Prague.
Soviet Union History Revolution, 1917-1921 Refugees.
Soviet Union Social conditions.
Soviet Union Economic conditions 1917-1945.
Prague (Czech Republic) Social conditions.
Editors, Translators, and other contributors:
Dietrich, Irene.
Lazarev, George.
Kerensky, Olga.
Blackwell, Alice Stone, 1857-1950.
Archangelski, Larissa.
Kerensky, Gleb.
Livro marcante de uma época e de uma personalidade histórica.
Raro e de coleção
Edição 1918 - Em muito bom estado para a idade. Miolo impecável

Edição de 1919 - Em estado razoável para a idade. Lombada ferida. Miolo razoável

Edição 1918 Preço 150€ 


Edição 1919 Preço 75 €

com portes registados incluídos para Portugal Continental e ilhas

+ 8€ para correio registado internacional normal
UPS ou correio rápido a orçamentar

Pedidos a 2mitodesisifo@gmail.com ou em www.leiloes.net


Cartaz soviético Realismo Socialista (1941)


Cartaz soviético (1941)
Não fales demais!
Fica atento,
nos dias que correm
as paredes têm ouvidos.
da conversa fiada e coscuvilhice,
até à traição.
(autor desconhecido)
Tamanho A3

Cartaz marcante, raro e de coleção


Preço: 25€ 

 com portes incluídos para Portugal Continental e ilhas em correio normal.

+3,4€ regitado ou + 8€ para correio registado internacional normal
UPS ou correio rápido a orçamentar

Pedidos a 2mitodesisifo@gmail.com ou em www.leiloes.net